Roaming

Today´s merely another day
Life’s like a long way
I’ve got only the sorrow
days without tomorrow.
Coz now I see
no one anymore for me.
I have nothing below the sky
no more tears to cry
just a lonely heart
nothing more to start.

Sadness hurts my soul
coz now I know
you won’t be here,
nothing more to fear.
Now I realize
no more faults to apologize
coz you weren’t there
coz you aren’t anywhere.

I’ve got just the sharp pain
you’ll never be there again.

(by Zailda Coirano)

Dor

As garras cravam o coração
que se debate, em vão
que chia, que agoniza
e lentamente se contrai
em estertor de morte
e convulsivamente tenta guardar
em seu interior sangrento
restos do amor estraçalhado
pedaços de sonhos moribundos
mas o sangue escorre
e ele se abre
como uma gaiola
deixando voar para sempre
tudo que foi um dia
escorrendo pelos vãos dos dedos
pelo torpor das mãos
que se abrem para libertar
o último sopro
e então só fica a dor

(escrito por Zailda Coirano)

Neblina

Neblina insana baixa sobre a noite
que se fez mais cedo na tua ausência
vem sobre o meu peito como açoite
e a tempestade cai na alma sem clemência

Noite extrema que clama em furor
estupor de pranto lavado em brisa
chaga que arde no meu céu sem cor
se instala em meu peito que agoniza

Oh, ausência atroz e amargurada
vazio que me entorpece em ais
me deixa a vagar pela madrugada
bebendo na luz profana dos mortais

Olhar vazio, lágrima torrente
a espera insana finalmente exala
último suspiro de chama latente
a esperança, abandonada, estala

(escrito por Zailda Mendes)

Alma

Alma amada, que se afasta
num murmúrio de nada
galopa, inconsciente
arrasta-se para longe de minha vista
corre para longe
tu, que eras gêmea
tu que eras metade
agora és pedaço
rasgão
fiapo, mortalha
Por que quiseste assim?
Onde está o amor que me juraste?
É bagaço de nuvem negra
espírito cambaleante de quimera
que foi um dia
restos e despojos de sonhos
que sonhei
e que rastejam, moribundos
arquejantes
clamando por um último olhar
uma última palavra
um último beijo
se assim queres, meu amor
me afogo em lágrimas de fogo
tenebrosas sombras do passado
vultos de fantasmas de pesadelo
me esquartejo em espasmos
e me esvaio em estertores
mas que assim seja.

(escrito por Zailda Mendes)